Esta proposta de ensino de História de Mato Grosso propõe o entendimento da história regional a partir do seu processo de reocupação por povos não indígenas desde suas bacias hidrográficas.
O Projeto Novos Olhares sobre o Mato Grosso, está finalizando um material instrucional sobre a História de Mato Grosso para uso em sala de aula pelos professores e professoras do IFMT.
Mantidos com o apoio do IFMT, o formato de produto pretendido originalmente foi um livro virtual (e-Pub) que começou a ser elaborado pela equipe de dois docentes voluntários da UFMT, os Professores Doutores Vitale Joanoni Neto e João Antônio Botelho Lucídio, três bolsistas da UFMT, Giuseppe Damin Soldatelli, Eduardo Hideshe Sassagima e Cristian Felipe Rodrigues Pereira, e o servidor da área de Tecnologia da Informação (TI) do IFMT, Vinícius Barbosa da Silva).
O desenvolvimento dos trabalhos mostrou novas possibilidades que foram fortalecidas com a virtualização forçada das atividades didáticas durante a Pandemia de Covid-19 (2020-2021).
O professor Vitale explicou que o grupo passou, então, a vislumbrar a possibilidade de avançar na proposta e transformar o livro em uma base de dados capaz de comportar diferentes tipos de arquivos: mapas, imagens, texto, audiovisual, arquivos em Power Point, de forma a ampliar o alcance inicialmente pretendido.
“A proposta de ensino de História de Mato Grosso que ora apresentamos foge das leituras mais convencionais uma vez que propõe o entendimento da história regional a partir do seu processo de reocupação por povos não indígenas desde suas bacias hidrográficas,” detalha o docente.
Para cada módulo, foram criadas estratégias narrativas que contemplam textos, desenhos, pinturas, fotografias e imagens em movimento (vídeos).
Aplicado ao espaço do atual estado de Mato Grosso, este fio condutor remete ao final do século XVII (a fronteira Oeste do Império português) e perpassa todo o século XVIII e XIX, alcançando as “políticas de ocupação” levadas a cabo tanto pelos governos estadual e federal, desde a década de 1930 aos dias atuais.
Essa ferramenta virtual apresenta a reocupação do Estado por meio de seis bacias hidrográficas (Rios Paraguai/Cuiabá – século XVIII a XXI; Rios Guaporé/Mamoré – século XVIII a XXI; Rios Arinos/Tapajós Século – XIX a XXI; Rios Araguaia/Garças/Mortes Século – XIX a XXI; Rios Jauru/Paraguai/São Lourenço – XX e XXI; Rios Teles Pires/Juruena/Aripuanã – XX e XXI).
“E nesse sentido, ela relaciona de modo interdisciplinar, sempre que as fontes nos permitem, aspectos ambientais e relações com populações pré-existentes (indígenas, posseiros, comunidades extrativistas, quilombolas),” completa Vitale.