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Pesquisa registra 102 espécies de aves na área do IFMT Câmpus São Vicente

Publicado por: Campus São Vicente / 3 de Fevereiro de 2017 às 07:00

Pesquisa desenvolvida no IFMT São Vicente realiza levantamento e registro das espécies que compõem a avifauna do câmpus, que ocupa uma área superior a 5.000 hectares, sendo a metade deste espaço destinado a preservação ambiental.

Para a professora Hérica Clair Garcez Nabuco, orientadora do projeto, a pesquisa foi realizada nos arredores do campus após “observamos que ainda não havia sido realizado um levantamento da avifauna local, situação que dificulta e/ou impede ações de conservação e manutenção de espécies potencialmente ameaçadas”.

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Tendo sido executado de outubro de 2015 a setembro de 2016, o projeto contou com a aluna bolsista Patrícia Cristiane Gibbert e com o aluno voluntário Vinícius Patrick de Souza. Ainda foram colaboradores o professor Me Roberto Aparecido Teixeira e os discentes Anderson Bittencourt Ariely Almeida Rodrigues de Souza, Leandro Rodrigues Lira e Sidiney Jr. Candido Rodrigues.

A partir de visitas periódicas a campo, juntamente à equipe de alunos do Ensino Médio Técnico Integrado em Agropecuária, foi realizado um levantamento preliminar por meio de observações in loco e registros fotográficos da avifauna; identificação de espécies permanentes e transitórias de acordo com bibliografia existente sobre o tema; fornecimento de dados preliminares que possam subsidiar estudos futuros sobre a biota local.

De acordo com Hérica Nabuco, o resultado do trabalho foi o registro de 102 espécies de aves distribuídas em 36 famílias. Deste total, conforme a pesquisadora “42 espécies já sofrem algum grau de vulnerabilidade em outros estados do Brasil, em destaque o Alipiopsitta xanthops (papagaio-galego), que recebe uma classificação pela União Internacional para Conservação da Natureza e dos Recursos Naturais (IUCN, 2016) como 'quase ameaçada', situação provocada pela perda de habitat para agricultura e pecuária”.

Algumas espécies de abundância rara no Pantanal também foram avistadas no câmpus, como o Sarcoramphus papa (urubu-rei), Elanoides forficatus (gavião-tesoura), Geranoaetus albicaudatus (gavião-de-rabo-branco), Pionus menstruus (maitaca-de-cabeça-azul) (THOMÁS, et al., 2004). O Cypsnagra hirundinacea (bandoleta), observado nas áreas de cerrado e campo sujo, tem sua abundância no Pantanal, inclusive pouco conhecida (THOMÁS, et al., 2004).

Outras espécies avistadas e registradas vêm de regiões longínquas, do hemisfério norte, como o curucão (Chordeiles nacunda) e o beija-flor-de-veste-preta (Anthracothorax nigricollis), que encontraram no câmpus o refúgio necessário e vital ao seu ciclo migratório. “De relevância análoga, verificamos que o câmpus apresenta espécies ameaçadas de extinção em outras regiões do país como a Sphorophila plumbea (patativa), Antilophia galeata (soldadinho), Momotus momota (udu) e outras”, explicou a professora.

Este estudo deixa claro a importância do ecossistema local para o refúgio da avifauna residente e migratória, inclusive de espécies ameaçadas e endêmicas. Por outro lado, a pesquisa também demonstrou que as aves podem servir como tema para a formação de futuros pesquisadores, já que possibilitou aos estudantes de Ensino Médio Integrado a vivência de trabalho fora de sala de aula, o compromisso com os métodos e sistemáticas e proporcionou uma visão mais abrangente sobre o saber e fazer científico.

A orientadora do projeto agradece ao IFMT pela bolsa PROIC, disponibilizada a aluna bolsista, a contribuição dos alunos do Ensino Médio, o esforço e dedicação inspiradora dos bolsistas Patrícia Gibbert e Vinícius Souza, além do apoio do professor Roberto Teixeira, imprescindível, principalmente nos momentos finais da pesquisa.

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